domingo, 17 de maio de 2009

Capítulo V - O que o aluno virtual precisa?

O que o aluno virtual precisa?

A conexão dos alunos com a instituição de ensino e o que eles precisam nessa instituição são o objeto deste capítulo.

Estar conectado com a instituição: o elo perdido

O que os alunos procuram nas instituições de ensino não é mistério. Segundo Strong e Harmon (1997) observam que os alunos procuram um programa de ensino baseado na capacidade de atender às necessidades educacionais de alunos não tradicionais, com foco no aluno e não no professor, com bom custo-benefício, tecnologia confiável, de fácil navegação e transparente para o usuário, com níveis adequados de informação e de interação humana. Eles exigem cursos e programas de qualidade e também uma boa resposta tanto dos professores quanto da instituição. Se sentirem por exemplo, que suas necessidades não estão sendo atendidas em tempo adequado, podem frustrar-se e desistir do curso ou programa.

Questões tecnológicas e de apoio

O aluno virtual espera ser o foco do curso ou programa. Dessa forma a organização tecnológica e de suporte deverá estar atenta ao atendimento individualizado dos alunos, nas suas reclamações e problemas de acesso. Acredita-se que uma combinação da abordagem centrada na comunidade com a abordagem centrada no aluno é a que atinge maior sucesso em manter os alunos envolvidos e participativos online.

Integrando os serviços ao estudante nos cursos e programas online

Segundo Everhart (2000), a área de comunicação mais carente hoje é a que diz respeito ao acesso à grande comunidade composta pela instituição e pelos recursos por ela oferecidos. Ao planejar cursos e programas online, a instituição deve planejar e abordar a questão de acesso a bibliotecas virtuais , serviços de aconselhamento, suporte técnico e acesso a textos acadêmicos. Disponibilizar acesso a livrarias virtuais de domínio publico nm só local, sem dificultar o acesso do aluno, pode contribuir par a evitar problemas de abandono. Possibilitar uma linha telefônica gratuita pode também simplificar as relações de informação.

Cobrar ou não cobrar? Eis a questão!

Os autores nesse item abordam a situação de cobrança de taxas em cursos virtuais, especificamente, nas universidades públicas dos EUA. Aqui no Brasil, a Universidade Aberta é totalmente gratuita e atende a várias no interior brasileiro.

O desenvolvimento de políticas adequadas

As políticas públicas de programas de ensino online devem estar bem divulgadas e acessíveis à todos os alunos, para que eles possam consultá-las quando necessitarem. Todas as informações pertinentes a ajuda financeira, exames, privacidade, programa de ensino, direito autoral etc, devem ser publicadas no site da instituição para acesso dos alunos.

Habilidades básicas de escrita e serviços de ensino

É necessário estar atento aos alunos que tenham dificuldades nas suas habilidades escritas. Não recomendamos corrigir a gramática e a ortografia dos alunos nas mensagens que mandam para os fóruns de discussão, a não ser que seja tão deficiente que não consiga a comunicação das idéias. Porém, nos trabalhos escritos, deve-se ter mais rigor e exigir a escrita com qualidade, incluindo boa ortografia, gramática e formatação. Para os alunos com dificuldades, deve-se ter uma política de atendimento e acompanhamento virtual.

A qualidade é o segredo

Está claro que os alunos virtuais estão a procura de programas on-line de alta qualidade. As três áreas mais pertinentes dessa discussão sobre os serviços dispensados aos alunos e as suas necessidades são o apoio institucional, a estrutura do curso e o apoio ao aluno. As referências fundamentais que envolvem o apoio institucional, planejamento e a infraestrutura do ensino a distância são:

· Programa de aconselhamento

· Informações claras e completas sobre o curso

· Acesso a recursos digitais de informação

· Clareza nas expectativas do do aluno pelo professor

Quanto ao apoio ao aluno e elementos de serviços de atendimento:

· Informação geral sobre os programas: taxas, expectativas, normas e regras administrativas

· Acesso e orientação fácil aos alunos nos dados do curso

· Acesso a assistência técnica e suporte técnico

Lidando com as necessidades dos alunos que mais precisam

Embora o aluno virtual de sucesso seja considerado alguém que aprende com bastante independência e com poucas necessidades a serem supridas pelo professor ou pela instituição, isso nem sempre se aplica a todos. De acordo com a nossa experiência, os alunos com mais alto desempenho exigem mais atenção do professor, pois a ansiedade relativa ao seu desempenho faz com que ele necessite de respostas para o seu crescimento.

Para os alunos que necessitam de uma formação para a autonomia, precisam de feedbacks constantes ao seu trabalho.

· os alunos podem estar certos de que responderemos a cada uma da suas apresentações pessoais, como uma forma de bem recebê-Ios no curso.

· Responderemos quando uma questão é dirigida a nós, especialmente se o aluno chamar nossa atenção para ela, colocando nossos nomes na linha "assunto" da mensagem.

· Enviaremos uma mensagem quando um aluno ou grupo de alunos estiver perdido ou precisar produzir mais sobre determinado assunto.

· Enviaremos uma mensagem quando um aluno ou grupo de alunos for além das nossas expectativas em um painel de discussão ou trabalho.

· Enviaremos uma mensagem quando alguém mandar algo interessante para a discussão, esperando incluir mais alunos nela.

· Enviaremos nosso feedback à discussão pelo menos duas vezes por semana, fazendo comentários sobre o processo, informando ao grupo se estão no caminho certo ou para resumir o que foi apresentado.

· Incluir essa informação em uma mensagem de boas-vindas ao grupo, ajudar os alunos quando ficam angustiados sobre seu desempenho nos cursos online e garantir ao grupo que o professor está presente e prestando atenção a que acontece pode impedir que haja problemas no decorrer do curso.

Pensamentos finais

O aluno virtual precisa, em essência, de todos os serviços que são oferecidos ao aluno presencial. Contudo, deve-se prestar especial atenção a outras necessidades e questões criadas pelo trabalho a distância, tais como sensação de isolamento e problemas potenciais no acesso aos recursos. A seguir, então, apresentamos um resumo do que a instituição precisa oferecer a fim de atender às necessidades do aluno virtual.

· Uma experiência educacional de alta qualidade.

· Acesso a todos os serviços e recursos disponíveis no campus.

· Uma forte infra-estrutura tecnológica disponível noite e dia, juntamente com o suporte técnico.

· Bom custo-benefício

· Programas e cursos centrados no aluno.

Necessidade do aluno virtual

Resposta da instituição e do instrutor

Foco no aluno - Os cursos e programas são desenvolvidos com o aluno em mente, e o aluno é tratado como um cliente.

· Os programas e cursos atendem às necessidades educacionais identificadas no aluno.

· Os cursos são focados no aluno.

· A tecnologia utilizada é confiável e de fácil navegação.

· Os programas e os cursos têm bom custo-benefício.

· Os programas e os cursos contêm uma quantidade adequada de interação.

· Os alunos são informados do que precisam fazer para obter sucesso no programa.

Treinamento e suporte técnico - Os alunos são treinados para utilizar a tecnologia empregada no curso e têm acesso aos serviços de suporte técnico.

· O treinamento ocorre regularmente, on-line ou pessoalmente.

· Tutoriais on-line e perguntas freqüentes são enviados para facilitar o acesso.

· O suporte técnico está disponível dia e noite, ou especialmente à noite e aos finais de semana, quando os alunos em geral fazem seus trabalhos.

Serviços integrados ao aluno - Os alunos virtuais precisam acessar os mesmos serviços oferecidos aos alunos do campus.

· Um programa integrado de serviços ao aluno é oferecido, incluindo consultoria, matrícula, crédito educativo, livraria, serviços de biblioteca, tutoriais e aconselhamento profissional.

· Há um grupo de contato on-line para a integração social dos alunos.

· Há uma área para comunicados ou notícias, em que informações importantes são postadas.

· O pessoal que presta serviço aos alunos está preparado para lidar com as necessidades deles.

Taxas e desenvolvimento de políticas - As políticas que atendem às necessidades dos alunos devem ser desenvolvidas e implementadas.

· As taxas pelos serviços não utilizados pelos alunos virtuais são eliminadas.

· Políticas de amplo alcance são desenvolvidas para o aluno virtual, incluindo o uso da biblioteca, do laboratório de informática, uma politica de ensino de segurança, de bem-estar e de privacidade.

· As expectativas tanto para os alunos quanto para os professores são elaboradas e tornadas públicas, incluindo o tempo para o feedback, a avaliação, as questões de propriedade intelectual e o direito autoral, e o comportamento aceitável online.

Fonte: Livro: O Aluno Virtual, de Palloff e Pratt, 2004.

Capítulo IV - Gênero, cultura, estilo de vida e geografia

Compilação do estudo feito pelo grupo.
Autora: Renata Bonotto

Na medida em que a abordagem dos estilos de aprendizagem dá relevo a questões de ordem cognitiva e inerentes ao sujeito, a discussão desse capítulo vem a complementar a discussão sobre o aluno virtual ao deslocar o foco de atenção para questões de ordem sociológica, entendendo que cultura, gênero, expectativas e estilos de vida bem como geografia impactam as necessidades individuais dos alunos e, portanto, demandam atenção e posicionamento do professor.

Embora considere essas questões realmente importantes, as informações o desenvolvimento do capítulo, talvez por serem americanos os autores e uma edição de 2003, a uma primeira vista despertam certa suspeição e dúvidas da minha parte, por exemplo, quando diz "algumas mulheres continuam a pensar no mundo da tecnologia como um território estranho". Fico me perguntando... Como ocorre no Brasil? A minha experiência tem mostrado que a mulher está presente em maior número (ou, pelo menos, em número similares ao dos homens) nos cursos de
formação, presenciais e online.

Ainda, nunca havia parado para pensar numa dimensão religiosa e espiritual impactando o aprendizado online. Será que alguém por aqui, já teve experiências nessa linha?

Capitais, me pareceram ser as questões de alfabetização, deficiência física e exclusão digital, que na realidade brasileira, pode ser uma característica bem recorrente, infelizmente.

Livro: Galáxia da Internet. Manuel Castells.

Há controvérsias... A posição de Lévy em seu livro Cibercultura apresenta argumentos que vão em outra direção:

"As páginas Web exprimem idéias, desejos, saberes, ofertas de transação de pessoas e grupos humanos. Por trás do grande hipertexto fervilham a multiplicidade e suas relações. No ciberespaço, o saber não pode mais ser concebido como algo abstrato ou transcendente. Ele se torna ainda mais visível – e mesmo tangível em tempo real – por exprimir uma população.
As páginas da Web não apenas são assinadas como as páginas de papel, mas freqüentemente desembocam em uma comunicação direta, por correio digital, fórum eletrônico, ou outras formas de comunicação por mundos virtuais... Assim, contrariamente ao que nos leva a crer a vulgata
midiática sobre a pretensa “frieza” do ciberespaço, as redes digitais interativas são fatores potentes de personalização ou encarnação do conhecimento." (LÉVY, 1999, p. 162)

Parece-me sensata a asserção de que há uma
reconstroem suas formas de interação social podendo pertencer a várias redes e interagindo de forma diferenciada.>

Tendo como pano de fundo a teoria sóciocultural e postulados de Vygotsky, é de se esperar que novas ferramentas e instrumentos (como a Internet) tragam e exerçam influências de escopo cognitivo, individual, social e histórico. Um exemplo: Antigamente, eu costumava memorizar a maioria dos telefones, hoje, não sei o número do meu marido (!!!) de cor, pois sei que o tenho memorizado no meu celular. Assim, essa tecnologia (celular) tem trazido essa mudança em termos de uso da minha memória e mudança é o que se pode esperar em vários âmbitos (relacionamentos, por exemplo).

Por Antônia Alves

"Muitos críticos e pesquisadores acadêmicos sustentam que a difusão da Internet está conduzindo ao isolamento social, a um colapso da comunicação social e da vida familiar..."

Não acredito que esses indivíduos sejam sem face porque criamos uma sintonia capaz de lhe dar uma forma, talvez irreal, mas a partir das interações. Falo isso porque no Moodle, por exemplo, por mais que todos sejam animados a colocar sua foto, há sempre "alguns" que não colocam. Então, você fica imaginando como é a fisionomia dessa pessoa...

Com a internet, temos condições de estreitar laços nas redes sociais e comunidades e isso provoca um movimento de interação nunca visto antes na internet. Nem sempre ficamos tanto tempo conversando ou trocando idéias com colegas de trabalho no presencial, como o fazemos
virtualmente, seja pelo email, envio de links de conteúdo interessante, etc.

E a possibilidade de interação com quem está do outro lado do mundo? Isso é formidável porque estreitamos relações que não seriam possíveis quando estamos tão próximos, mesmo porque se temos afinidade podemos falar na hora em que está acontecendo algo conosco.

"Num sistema de relações sociais centrado no indivíduo, o novo padrão de sociabilidade em nossas sociedades é caracterizado pelo individualismo em rede.
Que papel a Internet desempenha nesse contexto? Segundos estudos indicados pelo autor, ela é eficaz na manutenção de laços fracos e variáveis que seriam perdidos sem a interação física. Os indivíduos montam suas rede, on-line e off-line, com base em interesses, valores, afinidades e projetos. Assim, nova noção de espaço, em que físico e virtual se influenciam um ao outro, lançando bases para a emergência de novas formas de socialização, novos estilos de vida e novas formas de organização social. Esses indivíduos constroem e reconstroem suas formas de interação social podendo pertencer a várias redes e interagindo de forma diferenciada."

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Reportagem do Portal APRENDAKI

Apresento para vocês a reportagem realizada pela nossa colega Antônia Alves sobre a nossa comunidade de aprendizagem.

Vejam:

"A reportagem faz parte de uma série de reportagens que estamos fazendo
sobre as TICs versus formação do Educação que se encontra nesse
especial - http://www.aprendaki.com.br/proj_sociais.asp?codigo=30

Já fizemos duas matérias:

Capacitação do educador precisa ser foco no uso das novas tecnologias
- http://www.aprendaki.com.br/noticias.asp?id=13153

Esta está dividida em duas partes - a segunda (a que tem sua
participação):

Blogs educativos como recurso pedagógico e formativo dos educadores -
http://www.aprendaki.com.br/noticias.asp?id=13216

Listas de discussão levam educadores a construir por meio de blogs
educativos - http://www.aprendaki.com.br/noticias.asp?id=132167

Se vocês tiverem alguma sugestão ou modificação é só me avisar que
modificarei o mais rápido possível.

att.
Antonia Alves
Gestão de Educomunicação & Jornalismo
Portal Educacional Aprendaki - www.aprendaki.com.br "

Capítulo III - Estilos de Aprendizagem

Texto da Professora Antônia Alves

Estilos de Aprendizagem preferencial pode levar ao sucesso

Resenha sobre o III Capítulo: Estilos de Aprendizagem do livro O Aluno Virtual de Rena M. Palloff e Keith Pratt

Pág 51 a pág. 60

Resultado do trabalhado colaborativo de: Almerinda Garibaldi, Antônia Alves, Rita Albuquerque – em 05 de maio de 2009.
Este texto já apresenta contribuição da professor Márcia Sales. Será acrescido de outras contribuições após a discussão sobre o mesmo pelos colegas.

O que não é Estilo de Aprendizagem? Não é um método, metodologia, teoria psicológica nem mesmo inteligências múltiplas. O conceito de estilos de aprendizagem destaca, portanto, os distintos comportamentais que uma pessoa utiliza para aprender. Alongo e Gallego (2002) com base nos estudos de Keefe (1998) definem como rasgos cognitivos, afetivos e fisiológicos, que servem como indicadores relativamente estáveis de como os alunos percebem, interagem e respondem a seus ambientes de aprendizagem. (BARROS, slideshare).[1]

Se cada indivíduo aprende de modo pessoal e único, seu comportamento durante o aprendizado revela muito sobre si. Na educação de adultos a andragogia (do grego: andros - adulto e gogos - educar) ajuda a entender como se processa a motivação das pessoas durante a aprendizagem. A seus conceitos, crenças e informações sobre a vida, vão surgir novos conhecimentos capaz de gerar novo comportamento, modificar hábitos e rever seus métodos.

Após essa introdução, pode-se adentrar no terceiro capítulo do livro “O Aluno Virtual” de Rena Palloff & Keith Prat, “Estilos de Aprendizagem”. Os autores fazem uma revisitação a diversos autores e teorias para explicitar seus pensamentos sobre a questão. Acreditam que os estilos de aprendizagem indicam como as crianças e adultos pensam e aprendem (Litzinger e Osif, 1993) e podem ser descritos como filtros construídos pelas pessoas e que os usam para orientar suas relações com o mundo. (O’Connor, 1997). Os mesmos são influenciados por fatores como idade, maturidade e experiência, podendo mudar com o tempo. Podem, ainda, ser categorizados pelos sentidos: auditivo, visual e cinestésico.

Sistema referencial sensorial

Para enriquecer essa questão, faz-se interessante falar sobre a pesquisa realizada por Milton Sobreiro e divulgada na lista de discussão da Unicamp. Nela, o autor compartilha sua conclusão de especialista evidenciada num estudo de caso a partir da ferramenta teleaula com 100 acadêmicos na modalidade EAD.

O resultado apontou para uma maioria absoluta de estudantes que tem em sua estrutura cognitiva uma ênfase significativa para o estilo de aprendizagem cinestésico (68%), seguido pelo visual (25%), visual-cinestésico (4%), auditivo (2%), visual-auditivo (1%) e nulidade de auditivos-cinestésicos. (EAD-I, 2009)[2]

Vem, então, o desafio de como trabalhar com os alunos de estilo de aprendizagem cinestésico no ambiente virtual. Na tabela 3.1. do livro (p.60), Paloff e Pratt sugerem algumas técnicas instrucionais, tais como: simulações, laboratórios virtuais, pesquisa de campo, apresentação e discussão de projetos. Será que essas técnicas se aplicam para qualquer tipo de curso a distância?

Também a Programação Neurolinguística (PNL) tem trabalhado com afinco esses sistemas referenciais de percepção e aprendizagem, pois acredita que dessa forma, a pessoa é capaz de ter mais sucesso em sua vida pessoal e profissional. Para aqueles que desejarem conhecer seu jeito mais forte de aprender pode fazer o teste[3]Você é visual, auditivo ou cinestésico?”.

Estilo: ativo, pragmático, reflexivo e teórico

Além da preferência sensorial, há outra classificação – não apresentada no livro – apresentada nos estudos de Alonso & Gallego (2000) que identifica a “maneira” individual pela qual a criança prefere aprender ou reconhecer as reações e diferentes necessidades dos adultos no processo de aprendizagem e captação dos conhecimentos. São quatro estilos que, por sua vez, são fases do ciclo de aprendizagem: ativo, reflexivo, teórico e pragmático. Seu estilo pode ser identificado no “Questionário Honey-Alonso de Estilos de Aprendizagem”[4].

Honey & Mumford (1986) descreve as características e peculiaridades de todos os estilos. Os estilos ativos são pessoas que entram em novas experiências, de mente aberta e se entusiasmam para novas tarefas. Além de ser pessoas que vivem o “aqui e agora” e sempre se encantam com novas experiências. São pessoas que crescem perante os desafios, não gostam de demoras nem de prazos distantes; se envolvem com assuntos dos outros e centram em si todas as atividades. Suas características principais são: animador, improvisador, descobridor e espontâneo.

Os reflexivos consideram as experiências em toda a sua perspectiva, recorrem a dados, consideram todas as possíveis alternativas antes de chegar a uma conclusão ou realizar um movimento. É prudente, gosta de observar a atuação dos demais, escutando-os e intervêm quando acha a situação adequada. Suas principais características: ponderado, consciente, receptivo, analítico e detalhista.

Adaptar e integrar as observações dentro de teorias lógicas e complexas são competências do estilo teórico, que enfoca os problemas por etapas lógicas e tende a ser perfeccionistas. Alia seus feitos com teorias coerentes, analisam sintetiza e estabelece princípios, teorias e modelos por meio de um profundo sistema de pensamento. Busca a racionalidade e a objetividade. Suas principais características sãometódico, lógico, objetivo, crítico e estruturado.

Já os pragmáticos têm predominância por aplicação prática das idéias. Sabem descobrir o aspecto positivo das novas ideias e aproveitam a primeira oportunidade para experimentá-las. Podem se tornar impacientes diante de pessoas que teoriam, pois seus objetivos básicos é tomar decisões e resolver problemas. Suas principais características são: experimentador, prático, direto, eficaz e realista.

Como trabalhar com estilos diferentes?

Voltando ao capítulo, percebe-se que os estudos dos estilos de aprendizagem vão além. Pode ter seu foco numa “combinação das abordagens sensorial e cognitiva para examinar como os alunos processam a informação” (PALLOFF & PRAT, 2004: 52). Um dos resultados dessa abordagem é a teoria das Inteligências Múltiplas (Gardner, 1983) que foram examinadas por Armonstrong (1994), levando o autor a quatro conclusões “todas as pessoas possuem as oito inteligências, as inteligências podem ser trabalhadas, as inteligências trabalham em conjunto de maneira complexa, e há vários modos de ser inteligente”. (IDEM).

Teóricos como Belenky, Clinchy, goldberger e Tarule (1986) observaram os estilos de aprendizagem sob as lentes do gênero em que homens e mulheres aprendem de maneira diferente. Há inclusive, modelos diversos pelos quais as pessoas aprendem foi o que detectaram Claxton e Murrell (1988) ao categorizá-los como: “modelos de personalidade, modelos de processamento de informação, modelos de interação social e modelos de preferência instrucional e ambiental”. (IDEM)

Para abordar os estilos de aprendizagem diferentes, cabe ao professor projetar atividades que instiguem os alunos a desenvolverem suas habilidades em outro estilo de aprendizagem como relembra (O’Connor, 1997). Palloff & Pratt lembra que é preciso levar em consideração algumas diferenças, incluindo diferenças de gênero, cultura e presença de alguma deficiência. Outro autor lembrado é Schroeder (1993) por apontar que se os professores entenderem como os alunos aprendem, poderão elaborar ambientes de aprendizagem que atendam melhor às necessidades dos alunos.

É preciso, portanto, oferecendo diferentes tipos de atividades para atender a todos os estilos de aprendizagem do aluno virtual. Para Paulsen (1995) é necessário incorporar atividades individuais, em pares, professor/aluno e em grupo. Isso porque colocar o foco apenas na leitura e discussão pode levar os alunos a ficarem entediados, enquanto que uma variedade de atividades pode ser a maneira de garantir a permanência dos alunos.

Outra forma importante de ajudar o aluno virtual é oferecer atividades que discordando de seu estilo de aprendizagem para que possam aprender de diferentes maneiras, como atesta Claxton e Murrel (1988) ao dizer que os professores têm a opção de propor atividades que concordem ou não, dependendo do propósito e objetivos do curso.

E mais: a tecnologia pode ser uma aliada de acordo com O’Connor (1997) que aponta três categorias de atividades diferentes, tais como: adição de atividades (mais de uma opção para os alunos realizarem seu trabalho), ciclos de aprendizagem (elaboração sistemática de atividades que facilitam todos os estilos de aprendizagem antes da realização de uma tarefa) e atividades complexas (abordagem de um tópico por meio de do uso de habilidades múltiplas.

Mas como levar os alunos adultos a aprender on-line? De acordo com Schroeder (1993) o trabalho com os alunos de graduação deve começar com experiências concretas para depois passar à compreensão abstrata, respeitando o processo gradual de seu amadurecimento. Enfocar as experiências práticas com os adultos também pode ser uma boa opção de trabalho, pois a diferença entre os dois segmentos está no “grau de estruturação de que precisam para finalizar um curso com sucesso.(PALLOFF & PRAT, 2004: 57).

Nesse sentido é também preciso valorizar as seis capacidades de aprendizagem apresentadas por Boud e Griffin (1997), independente do estilo de aprendizagem do aluno: racional, emocional, relacional, física, metafórica e espiritual. Apesar da educação presencial ou virtual ter seu foco no racional, é preciso estimular as outras capacidades que, se bem desenvolvidas, amplia o aspecto espiritual. Para Shroeder (1993) os alunos da graduação também busca um alto grau de personalização. Portanto, para desenvolver uma comunidade de aprendizagem são necessárias atividades colaborativas durante todo o processo para fortalecer as seis capacidades.

A colaboração pode ajudar no desenvolvimento do pensamento crítico, na cocriação do conhecimento e do significado, na reflexão e na aprendizagem transformadora.

Mais informações:

Características dos Estilos de Aprendizagem
http://www.estilosdeaprendizaje.es/chaea/chaeagrafp2.htm

Alonso & Gallego. Aprendizaje y ordenador. DYKINSON: Madrid, 2002.
Eles tem um livro sobre os estilos de aprendizagem:
http://www.uned.es/revistaestilosdeaprendizaje/numero_1/resenha_alons...

Existe também um material sobre os estilos de aprendizagem que serve
para visualizar melhor os conceitos:
http://www.slideshare.net/cplp/estilos-de-aprendizagem

Minha sugestão é que a gente vá costurando o texto com as ponderações que forem surgindo no grupo.



[1] Disponível em: < http://www.slideshare.net/cplp/estilos-de-aprendizagem>. Acesso em: 01/05/2009.

[2] Disponível em: <https://www.listas.unicamp.br/pipermail/ead-l/2009-April/028643.html>. Acesso em: 29/04/2009. O resultado da pesquisa também foi trazido para discutir a evasão escolar no relatório virtual disponível em (http://www.fgv.br/cps/tpemotivos/).

[3] O teste está disponível em: < http://site.suamente.com.br/teste-voce-e-visual-auditivo-ou-cinestesico/>. Acesso em: 29/04/2009).

[4] Disponível em: <http://www.estilosdeaprendizaje.es/chaea/chaeagrafp2.htm>. Acesso em: 01/05/2009.